Ao longo do Seminário Inclusão e Tecnologias Assistivas: Sensibilização,
tivemos a oportunidade de conhecer as diversas soluções tecnológicas já
existentes que possibilitam aos portadores de diferentes deficiências exercerem
de forma cada vez mais plena sua cidadania em sua plenitude se fazerem mais
enxergados como cidadãos com os mesmos direitos que nós em nossa sociedade. Nos
deu esta disciplina a oportunidade de refletirmos o nosso papel enquanto
professores perante o nosso aluno portador de alguma deficiência e em nosso
caso, a questão da deficiência visual. É importante frisar também o alerta que
nos faz o professor Antônio Borges quando ele nos fala da pouca ênfase nos
cursos de pedagogia para a preparação para este desafio.
Identificar os motivos de cada
deficiência, no nosso caso, por quê a deficiência visual ocorre e como ela pode
ser superada em sala de aula? O que enquanto professores podemos fazer para
diagnosticar, para receber, para aceitar e para compartilhar o conhecimento com
aquela pessoa que chega com aquela deficiência em nossa sala de aula.
Percebermos o imenso poder da
tecnologia como agente modificador deste contexto, desta realidade que se antes
excluía agora tem que incluir estas pessoas, pois é acima de tudo um ato
humano, além de um ato pedagógico politicamente correto eu diria. Não podemos
ver na pessoa com deficiência um “ser invisível”, senão realmente não o
enxergaremos. Não o ajudaremos e assim estaremos compartilhando de uma visão
segregacionista tão em voga no Brasil por tantos anos. É fundamental também
alertarmos para o papel fundamental da família neste contexto como agente
colaborador da inclusão desta pessoa com deficiência na escola, bem como
acompanhar o processo de ensino/aprendizagem no qual ela está inserida. Se o
preconceito isola as pessoas, o compartilhar da tecnologia para superar isto
promove a inclusão, é fundamental que percebamos isto enquanto educadores. O
que dizer do exemplo de Euler que criou inúmeras equações matemáticas mesmo
sendo cego?
O portador de deficiência não está
fadado ao fracasso, mas sim ao sucesso. O sucesso de mesmo com aquela
deficiência ele conseguir superar as expectativas pessoais e até as de sua
família e assim crescer como cidadão e se sentir valorizado por todos. É aí que
o processo tem de partir da sala de aula. Da inclusão destas pessoas como
portadores de um direito especial e ao mesmo tempo convivendo com cidadãos
comuns que também são detentores de direitos e deveres. A grande barreira para
a consolidação da tecnologia como grande aliado no processo de desenvolvimento
desta nova prática pedagógica é a formação dos professores.
Percebe-se claramente que para as
pessoas normais a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para a pessoa
portadora de deficiência a tecnologia torna as coisas possíveis.
Uma
experiência de sucesso!
No link abaixo, uma sugestão para o nosso
trabalho. Apresento Ítalo do Acordeom, um jovem de nossa cidade que mesmo com
problemas de um determinado tipo de cegueira, a qual veio de nascença, mesmo
assim ele conseguiu ter noções de música comigo e olha que não foi nem em sala
de aula, pois devido sua deficiência quando pequeno era mantido em casa pela
família. Daí passou a me acompanhar na banda e rapidamente evoluiu através da
música, superando e muito sua deficiência, e este exemplo é importante porque
nos revela que nem sempre a inclusão pode-se dar necessariamente em uma sala de
aula. No caso de ítalo deu-se em nossa sede onde a banda ensaiava. Confiram o
vídeo que eu fiz no quarto do mesmo.
Fico muito feliz em através da música
ter ajudado este jovem valor de nossa terra a evoluir e se tornar através da
música, um grande músico superando assim a sua deficiência visual através do
dom da musicalidade. Acredito que a educação musical e a inclusão de
instrumentos eletrônicos como o teclado e as baterias eletrônicas em sala de
aula ajudariam muito no processo de inclusão e socialização dos portadores de
deficiência visual.
José
Ivaldo Donato Nóbrega
Nenhum comentário:
Postar um comentário